O Jornal Estado de Minas, em sua edição on line publicou neste domingo 15/11 uma reportagem sobre a reforma da Matriz de São Gonçalo do Amarante, em Catas Altas da Noruega.
Veja a matéria abaixo:
Catas Altas da Noruega – Quem entra na Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante, construída em 1726, não consegue ter ideia de toda a sua beleza e importância para o patrimônio de Minas. As tábuas estão despregadas do chão, mostrando a terra nua, os altares ainda escondem a riqueza artística e camadas de tinta escura escondem as cores originais das talhas. Mas o cenário não é fruto de desmazelo ou descaso – pelo contrário. Há oito meses, a comunidade local, sob o comando da paróquia e em parceria com a prefeitura, arregaçou as mangas e deu início à restauração do bem maior de Catas Altas da Noruega, no circuito da Estrada Real, a 142 quilômetros de Belo Horizonte e a 49 quilômetros de Conselheiro Lafaiete.

Além dos elementos artísticos, o projeto contempla a estrutura e a cobertura da igreja. A expectativa é de que até o fim do ano o telhado esteja concluído, dando-se início aos elementos artísticos. “Há detalhes muito próprios da igreja.
No altar da Paixão de Cristo, o artista entalhou a cena da mão de Judas com o saco de dinheiro”, conta Giovane, que também lamenta o furto de imagens na igreja, o mais recente em 1998. Durante os atuais serviços, todas as peças sacras foram retiradas dos altares e guardadas em segurança. Com a obra, é possível ver, em cada canto, elementos da estrutura da igreja, construída em pedra sobre pedra. No interior, estão as peças de braúna, que atuam como esteios e resistem bravamente aos caprichos do tempo e à falta de intervenções permanentes para evitar a degradação. Há também mobiliário sacro, como um arcaz de 1765, e uma essa de madeira, estrado usado em cerimônias fúnebres. “Temos 18 capelas, sendo cinco do século 18, entre elas a de Nossa Senhora dos Remédios, de 1752. A comunidade está firme na campanha Protegendo nossos passos, que promove a recuperação das capelas de Santo Antônio, de Nossa Senhora do Livramento e do Senhor do Bonfim, na área urbana, e termina a obra na de São Vicente Ferrer, na zona rural”, diz o prefeito.
Dois padroeirosSanto natural da região do Minho, no Norte de Portugal, São Gonçalo do Amarante é o padroeiro de Catas Altas da Noruega, honra que divide com Nossa Senhora das Graças.
A devoção ao primeiro começou no século 18, com os primeiros colonizadores e bandeirantes que chegaram à região incrustada nas montanhas da Região Central de Minas. Já a segunda é mais recente, data de 1959, quando uma imagem da santa foi lançada de um avião de carga que fazia a rota Rio de Janeiro-Belém.
Na tentativa de tornar a aeronave mais leve e conseguir planar, os pilotos se livraram das caixas a bordo, inclusive a imagem que caiu na zona rural e se tornou, desde então, objeto de culto da população.